Nova Friburgo, considerada a Suíça Brasileira, foi em sua fundação uma sociedade escravocrata como outra qualquer. A população negra e escrava foi quase paritária com a população branca nos primórdios de sua história. No entanto, no decorrer dos anos, o número de imigrantes europeus foi suplantando ao de africanos, até que Nova Friburgo chega ao final do século XIX, com uma população majoritamente branca.
Mas tudo isso, é para dizer que ainda falta muita pesquisa sobre a escravidão em Nova Friburgo. No entanto, uma má notícia. No centro de documentação de Nova Friburgo não existe quase nenhuma fonte. Porém, nós historiadores temos tentado juntar os "cacos" para reconstruir essa história. Os livros "Presença Negra" de Gioconda Lozada e "Os Crimes da Fazenda Ponte de Tábuas", de Jorge Miguel Mayer e Edison Lisboa são um início dessa trajetória.
No ano passado, escrevi alguns artigos sobre a escravidão em Nova Friburgo, por ocasião dos festejos do dia da consciência negra, que estão à disposição nesse blog. Esses artigos me trouxeram uma grata surpresa. Recebi uma correspondência eletrônica da Secretaria de Igualdade Racial, na pessoa do secretário de Eloi Ferreira de Araújo, elogiando a iniciativa, o que me incentivou a pequisar ainda mais. Em novembro, postarei mais alguns artigos por ocasião dessse mesmo acontecimento. Três séculos e meio de escravidão em nossa história faz com que tenhamos uma dívida muito grande para com aqueles que foram apresados em sua nação e submetidos ao cativeiro no Brasil. Abaixo a correspondência que recebi da citada secretaria que me levou a levar essa pesquisa adiante.
Prezada Dra. Janaína, Li seus artigos publicados na "Voz da Serra", nos dias 05 e 12 de novembro deste ano, e faço questão de cumprimentá-la pelos textos. Trazer a baila os relatos dos sofrimentos dos negros brasileiros, durante o longo período da escravidão é um imperativo para que se transmita às novas gerações a verdadeira história do Brasil. O fim da escravidão não incluiu os negros e negras na nova sociedade que surgiu naquele momento. Educação, saúde, trabalho, habitação, terra, enfim direitos imprescindíveis para sua emancipação foram negados aos ex-escravos. Nestes 121 anos avançou-se muito timidamente na inclusão de políticas publicas para os negros(as). Por isso o presidente Lula exige rapidez e precisão na implementação de políticas públicas de inclusão de negros e negras. A contribuição do suor e do sangue dos negros e negras para a construção do Estado Brasileiro e formação da nossa nação, precisam ser ensinados nas escolas para valorização da identidade nacional e elevação da auto estima de nosso povo. Por isso professora, penso que seus artigos ajudam a remover os recalcitrantes em face às políticas afirmativas. As cotas raciais nas universidades e o PROUNI são exemplos de Ações Afirmativas, que tem levado pretos(as) e pardos(as) às universidades brasileiras como nunca antes na história deste país, sem perda de qualidade do ensino. A construção de um ambiente de igualdade de oportunidades e de superação dos preconceitos e do racismo dependem de políticas públicas, mas elas não seriam nada se não houver pessoas com o seu compromisso com a história e com a verdade. Um abraço,
Eloi Ferreira de Araujo Secretario Adjunto Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República-SEPPIR/PR Tel: 55 (61) 3411 4973 - Fax: 55 (61) 3226 5625 Esplanada dos Ministérios - Bloco "A", 9º Andar - Gabinete CEP - 70054-906 - Brasília - DF - Brasil www.presidencia.gov.br/seppir
http://cameraweb.ccuec.unicamp.br/video/UN4M17BGB1MN/
Observem essa cena. Não parece que na década de 60 ainda vivíamos a escravidão no Rio de Janeiro?
1 Response to "ESCRAVIDÃO EM NOVA FRIBURGO"
Procuro informações sobre escravos do Congo que viviam em fazendas de Suiços.
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