Foto constando no acervo fotográfico da Imperatriz Tereza Cristina.
Estação de trem de Nova Friburgo no final do Século XIX
Estação de trem de Nova Friburgo no final do Século XIX
O que tanto fazia D. Pedro II em Nova Friburgo? Há o registro de diversas passagens do Imperador à cidade. De acordo com a ata da Câmara de 1868, Nova Friburgo recebeu a visita de Sua Augusta Majestade Imperial nesse ano. Essa notícia é confirmada pelo jornal O Nova Friburgo, de 1935, onde a Princesa Izabel escolheu a Cascata Pinel para oferecer à embaixada chilena uma “festa campesina”, contando com a presença do ilustre Imperador, D. Pedro II, e do marido da princesa, o Conde d’Eu.
Em 18 de dezembro de 1873, D. Pedro II retornaria a Friburgo a convite de Bernardo Clemente Pinto Sobrinho, o segundo Barão de Nova Friburgo, para inauguração do prolongamento da Estrada de Ferro Cantagalo, no trecho de Cachoeiras a Friburgo. Já em 1874, a vinda do imperador a Nova Friburgo foi para acompanhar a Princesa Izabel em um tratamento à base de hidroterapia em razão de sua suposta infertilidade. Nessa ocasião, veio acompanhado de sua amante, a Condessa de Barral, dama de companhia da princesa. Casado com D.Teresa Cristina, o Imperador teve um delicado e misterioso romance com a baiana, a Condessa de Barral. Numa época de casamentos arranjados, D.Pedro II encontrou a sua “alma gêmea”, como ele relata em seu diário, numa mulher inteligente, despojada, culta e que vivera boa parte de sua vida em Paris. Ficaram todos hospedados no Hotel Leuenroth.
D.Pedro II retornaria a Friburgo dois anos depois, em 1876. De acordo com o livro de Alcindo Sodré, “Abrindo um cofre”, D. Pedro II passou um vasto período em Friburgo, já que em sua correspondência com a Condessa de Barral, cita o nome da cidade em diversas ocasiões. Veio a Friburgo possivelmente para tomar as duchas do Instituto Hidroterápico, conforme se depreende do conteúdo de sua carta: “Condessa, onde se achará fresco? Valha-me a água dos banhos.(...)Confirmo meu juízo: Teresópolis majestoso; Petrópolis lindo e Friburgo bom lugar de tomar fresco, quando o há. Espero ler bastante aqui e recorrer a quanto esguicho puder refrescar-me....”(Friburgo, 13 de janeiro de 1876).
Nessa ocasião veio acompanhado da Imperatriz, deixando-a em Friburgo e retornando ao Rio antes dela: “Condessa, parece que de lá[refere-se a Friburgo] custam muito a chegar notícias. Os de lá[Friburgo] vão bem assim como a Imperatriz em Friburgo d´onde tive telegrama esta tarde....”(Rio, 16 de janeiro de 1876).
D. Pedro II retornaria ainda Friburgo naquele mesmo mês: “...Condessa(...)Eu volto a Petrópolis no domingo às 8 ½ da manhã, e não paro senão a Friburgo...”(Rio, 18 de janeiro de 1876).
De acordo com a sua correspondência com a Condessa de Barral, fora para Cantagalo, mas em 17 de fevereiro de 1876, lá estava o Imperador novamente em Friburgo, pois escreve de lá para sua amante. Refere-se sempre as duchas que tomava no Instituto Hidroterápico, pois D. Pedro II era diabético: “...A Imperatriz tem se dado bem com as duchas, e eu também gosto das refrigerantes...”
Em sua correspondência dizia ter intenção de retornar definitivamente para o Rio no dia 03 de março. De fato, o Imperador já está no Rio de Janeiro no dia 04 de março, mas imaginem o que disse quando lá estava: “...Amanhã volto para Friburgo. Que calor aqui! A febre amarela tem aumentado por este estado do Rio...”. (Rio, 04 de março de 1876).
Friburgo deixou boas recordações em D. Pedro II. Quando esteve aqui com sua amante, a Condessa de Barral, se recorda com carinho do Hotel Leuenroth, e o Imperador, no melhor estilo do romantismo, assim escreveu para a sua amada:
“Condessa(...)Porém creia que olho sempre com imensas saudades para os quartinhos do anexo do Hotel Leuenroth...”(Rio, 04 de março de 1876).
Abaixo: Foto tirada por D. Pedro II, em 1876, quando de sua visita a Friburgo. Praça Dermeval Barbosa Moreira. Acervo da Fundação D. João VI.
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