No último quartel do século XVIII, muitos bandoleiros e garimpeiros de Minas Gerais migraram para os Sertões do Macacu em busca de novas lavras de ouro. Os garimpeiros tinham como liderança Manoel Henriques, conhecido pela alcunha de Mão de Luva. Quando Jerônimo de Castro de Souza chegou a essa região, denominava-se Sertões do Macacu, que depois viria a ser Cantagalo. Muitas datas de terras estavam sendo distribuídas e Jerônimo, como vimos em matéria anterior, foi beneficiário de uma delas, como prêmio pela delação feita contra Tiradentes. Em 1820, houve um desmembramento de parte de Cantagalo para a formação da Vila de Nova Friburgo, para abrigar um Núcleo Colonial de Suíços. A sesmaria(terras) de Jerônimo, localizada nessa região, passou a pertencer a Freguesia de São João Batista, no termo de Nova Friburgo. Como a região, onde hoje parte é Amparo, desenvolvesse sobremaneira em razão das plantações de café, em 13 de outubro de 1857, o decreto 969, erigiu aquela região ao status de freguesia, aumentando-lhe a importância, sob a denominação de Freguesia de São José do Ribeirão. As terras de Amparo encontravam-se incluídas nessa freguesia.
O articulista Nelson Kemp, em matéria publicada em A Voz da Serra(20.8.1961), informa-nos que na ocasião do desmembramento, Eugênio e Pedro Gripp, adversários na política de Amparo, uniram-se para eleger Pedro Gripp a vereador na Câmara de Bom Jardim. Empossado, Pedro Gripp requereu o desmembramento de Amparo do município de Bom Jardim. Já em Nova Friburgo, Galdino do Valle Filho, deputado estadual, atendendo aos clamores da comunidade, igualmente apresentou projeto de lei, em 1911, solicitando a transferência do distrito de Amparo de Bom Jardim para Nova Friburgo. Esse projeto, certamente, atendia aos interesses políticos de Galdino do Valle Filho. Cabe ressaltar ainda que os Galiano das Neves não ficaram nada satisfeitos com a anexação da Fazenda Cachoeira a Bom Jardim.
No entanto, acreditamos que quem deu a palavra final foi o Coronel Luiz Corrêa da Rocha, vereador na ocasião juntamente com Manoel Corrêa da Rocha. Em 10 de outubro de 1911, Amparo volta a fazer parte de Nova Friburgo, incorporado ao 1° distrito, e em 1924, passa a ser distrito, o quarto do município. Com o retorno ao berço natural, os amparenses deixaram consignado em seu hino: “depois da quatro lustros, forasteiros, sem poder aclamar a nossa terra, a Friburgo voltamos altaneiros....sempre fomos friburguenses e seremos!...a Friburgo aportamos destemidos, a Bom Jardim, porém, nunca olvidando...”
1 Response to "DEPOIS DE FORASTEIRO, AMPARO VOLTA ALTANEIRO"
Fiquei muito feliz em encontrar este blog.
Está publicado em algum livro esta estória de Jeronimo de Castro e Souza?
É possivel identificar o Jeronimo em alguma destas fotos?? Existem outras fotos dele??
Agradeço!
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